terça-feira, 18 de dezembro de 2007

UBERLÂNDIA/2007

EU e FAUZI BEYDOUN (vocalista da Tribo de Jah) em show São João Del Rei/2007

em MONTES CLAROS/2007

EU e DA GAMA (guitarrista Cidade Negra) em show de Montes Claros/2007

EM SÃO JOÃO DEL REI/2007

RELEASE

RELEASE RESUMIDO
CELSO MORETTI
25 anos de CARREIRA e 23 anos de REGGAE

SHOW - CELSO MORETTI e banda Barraco de Aluguel

Celso Moretti é acompanhado pela banda Barraco de Aluguel.
O Show tem duração aproximada de 80 minutos.
A formação do repertório é baseada no seu trabalho registrado nos CDs gravados, preenchido com algumas releituras de músicas que tem o conteúdo similar ao seu trabalho autoral.
No show há a entrega completa de Celso Moretti com os seus princípios e naquilo em que acredita, é verdadeiro e honesto “Para mim o palco consegue ser o divã do psicanalista, que obriga a auto declaração. No palco me desnudo de todos os meus preconceitos e sou eu, em retrato de corpo inteiro multicolorido.” -Celso Moretti.
Celso Moretti não abre mão do formato do show, pois é assim que vem construindo sua história.

. A banda Barraco de Aluguel é afinada com a proposta musical do Reggae Favela de Celso Moretti. Os integrantes da banda convivem com o seu dia-a-dia e participam dos arranjos das músicas e definições dos repertórios.
São eles:
Walner Casitta - Teclados
Gê Rodrigues - Guitarra
Luiz Paulo – Bateria / Percussão
Maycom Oliveira - Guitarra
Rodrigo Lourenço - Baixo
Paulinho Serafim – Bateria / Percussão

Discografia;
Reggae Favela/1998
Reggae Favela Periferia/2002
Cabeça Coração/2006 (acústico)
Reggae Favela Brasil/2007

Simplesmente Nós (coletânea) 2000
Dez Caras (coletânea) 2001
Circuito Reggae (coletânea Rio/São Paulo) 2003

VÍDEO CLI´P
Em 23 de Junho de 2005, Celso Moretti fez show para lançamento do seu primeiro vídeo clip. O vídeo clip é da música “Marley” gravada no CD “Reggae Favela Periferia”, a gravação do vídeo foi em parceria com a empresa de vídeos AVESSO e com o patrocínio da loja REGGAE NATION que trabalha no segmento reggae.
As filmagens se desenvolveram na favela da Barragem Santa Lucia / BH e no Jardim Teresópolis / Betim /MG.



Nascido em São João Del Rei (MG) em 1954 e criado a partir dos sete anos de idade na já extinta favela Vila Nova Brasília, em Contagem, Celso Moretti traz consigo uma linguagem e trejeitos favelísticos das décadas de 60 e 70 (época em que morou na favela), período que marcou profundamente a sua vida e trajetória musical. Músico autodidata, Moretti teve seu primeiro registro musical realizado em 1982. Tendo como principais influências músicos como Luis Melodia, Marku Ribas, Itamar Assumpção e Bob Marley, iniciou em 1984, sua carreira no Reggae como compositor e vocalista da banda NÊGO GATO, considerada a primeira banda de Reggae do estado de Minas Gerais.


Celso Moretti é morador de Betim (Região Metropolitana de Belo Horizonte) desde 1987, já se considera da cidade. Cidade que divulga por onde passa.
Criador do “Reggae Favela” gênero musical oriundo do reggae jamaicano com misturas de outros sons que Moretti aprecia.
Pioneiro do reggae em Minas Gerais/1984, hoje a maior referência do gênero no Estado e respeitado pelos demais artistas de reggae no Brasil inteiro, exemplo disso; citações da banda Cidade Negra em todas as apresentações feitas em Minas Gerais, participação do vocalista Fauzi Baydoun da Tribo de Jah (uma das cinco melhores bandas de reggae do mundo) no seu novo CD.
De 1991 a 1997, retirado na zona rural do município de Betim (MG), estudou e pesquisou intensamente a música reggae. O resultado foi a criação de mais uma derivação do Reggae Jamaicano, denominada REGGAE FAVELA que deu título ao seu primeiro CD, gravado de forma independente e a base de muito sacrifício e ajuda de amigos. Suas músicas apontam as desigualdades sociais vividas e convividas na favela, e em cenas do nosso cotidiano. Outro diferencial é a forma muito peculiar de colocar as palavras.
Celso Moretti tem uma maneira singular de interpretação, fato que caracteriza de forma determinante a proposta do Reggae Favela. Em seus shows o público fica extasiado com as evocações energéticas/performáticas e com o seu linguajar peculiar, o “morettês” que é uma constante em suas apresentações.

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Celso Moretti não faz música de entretenimento, ele diz que faz música com postura de construção de uma sociedade mais igualitária e menos violenta, música de despertar a consciência adormecida e sonolenta. É uma oportunidade de conhecer o som desse veterano músico mineiro que já vendeu quase dez mil cópias do seu último CD - Reggae Favela Periferia por este Brasil afora e que foi destaque no último Festival de Verão 2006 no SESC POMPÉIA em São Paulo em Janeiro/2006.
Ele considera sua música ainda como alternativa, considerando o que a mídia divulga como música. Sua música não toca em rádio devido seu modelo e sua forma, mas ele acredita que as emissoras de rádio um dia vão se curvar ao Reggae Favela.





CD REGGAE FAVELA PERIFERIA
O reggae mineiro está passando por um momento de efervescência, conquistando o seu espaço no concorrido cenário musical do estado e do país. É justamente com o novo trabalho do pioneiro do reggae em Minas Gerais, Celso Moretti, que o ritmo nascido na Jamaica se apresenta mais próximo da nossa cultura e da nossa gente. Reggae Favela Periferia é um álbum que não procura imitar o estilo jamaicano, mas sim construir uma linguagem própria, baseada no Reggae Favela. Desde 1984, quando fundou com seus companheiros a já desfeita banda Nego Gato, Celso Moretti vem desenvolvendo e depurando o seu som até o formato maduro que pode ser agora ouvido e sentido.

O CD Faixa a Faixa
As doze faixas deste segundo CD mostram uma preocupação em retratar a vida dos que se encontram longe demais dos centros de decisão, apresentando-a de forma leve, mas contundente. O olhar de Moretti capta as cenas do dia-a-dia, a fala popular e os sons da periferia, traduzindo toda essa riqueza cultural em um trabalho de grande diversidade. No entanto o álbum preserva uma unidade formal clara dentro do reggae roots, fruto de uma proposta consistente e um trabalho bem elaborado de produção, a cargo de Juliano Mourão, vocalista da banda Omeriah, estreando como produtor musical.

“Santo de Casa” já abre o CD com uma participação de peso: o cantor e guitarrista Sideral, solando o seu instrumento na cadência do blues, casando bem com o lamento expresso na canção. “Farol da Barra” é uma suave declaração de amor, dando voz ao “arquipélago de sentimentos” que Moretti nutre por sua mãe e companheira, a favela. A verdade que educa e não merece castigo é o tema de “Dito e Feito”. “Água” narra, de forma bem-humorada, uma singela história do cotidiano, mas que faz um poderoso alerta ambiental ao mesmo tempo em que critica a sociedade de consumo.

“Capitão-Mor” mostra a tradição do congado em toda a sua vitalidade e o ritmo puro do afoxé marca a levada de “Faca na Mão”. “Marley” faz uma sentida homenagem ao grande nome do reggae. Segundo Moretti, uma de suas maiores influências, juntamente com nomes como Luiz Melodia, Gilberto Gil e Itamar Assumpção.

Os personagens da favela aparecem explicitamente, como em “Primo José”, ou através dos ditos populares, que o cantor e compositor comenta em “Há males que vêm pra bem”. Fiel ao seu princípio de incorporar a cultura das favelas na sua música, Moretti convidou dois grupos de rap de Betim-MG, Raça DMC’s e Resistência, para apresentarem a sua visão de mundo. O primeiro ajuda a valorizar o crucial trabalho dos pedreiros em “Primo José” e o segundo cantando sobre integridade e ética em “Dito e Feito”.

“Favela Negra (De Zé Keti a Moretti)” se diferencia por ser um poderoso manifesto em forma de poesia dub (um estilo que apresenta textos poéticos sobre um instrumental reggae) de autoria do historiador e ativista do movimento negro Marcos Antônio Cardoso, que também o declama. Ele conta tudo o que está na base das situações cantadas no álbum, explica a origem da palavra favela e chama os marginalizados para “retomar o passado e rebater, repercutir no tambor” e “sair de cima do muro”, para que o respeito da sociedade seja conquistado integralmente. “Moretês” finaliza o trabalho com uma amostra da “língua” inventada pelo cantor, à maneira do “scat singing” jazzístico, misturando a sonoridade do inglês com o burburinho das vielas e becos das favelas.

Celso Moretti é acompanhado pela afiada banda Barraco de Aluguel, formada por Gê Rodrigues (guitarras), Luiz Paulo (bateria), Rodrigo Lourenço (baixo), Maicom Oliveira (guitarras), Walner L. Casitta (teclados) e Érica Viana (backing vocal). O álbum também traz a participação dos cantores Dudu Mendes e Dóris, do percussionista Magrão e das crianças Luana Guedes, Jéssica Letícia, Artur e Tainah Rodrigues.

Reggae Favela Periferia é, ao mesmo tempo, uma representação do cotidiano, um manifesto de peso e um poema musical melodioso e sincopado. É certamente uma grande obra do reggae nacional.
por Leo Vidigal (Massive Reggae – Revista Reggae News)



CD REGGAE FAVELA BRASIL
Para falar do CD REGGAE FAVELA BRASIL é impossível não dar uma pequena mergulhada no meu raso passado.
Este CD nasceu agora em 2007, mas na verdade ele foi fecundado em 1995, quando pensei que o que eu fazia até então não era genuinamente reggae, e eu teria que dar um nome naquela música que eu fazia. A batizei de Reggae Favela. Para mostrar o Reggae Favela em apenas um CD eu não conseguiria, planejei então fazer uma Trilogia.
Estava eu pensando em passar a idéia do Projeto Trilogia Reggae Favela e não tinha recursos naquela época para por em prática o que estava pensando; recursos técnicos, financeiros e recursos humanos.
Técnicos: Não sabia nem como começar a viabilizar o projeto, pois faltava metodologia e pouco conhecimento na área musical e de planejamento para a execução.
Financeiro: Os custos eram enormes para a minha condição.
Recursos Humanos: Conhecia alguns músicos, mas não o equivalente para por em prática o meu projeto dentro das duas condições anteriores.
Em 1998, na base do “peito e na marra” nasceu o a primeira parte da idéia que era o CD Reggae Favela.
Em 2002, veio o Reggae Favela Periferia com recursos de Lei de Incentivo.
Em 2007, enfim completei a Trilogia Reggae Favela com o CD Reggae Favela Brasil, também com recursos de Lei de Incentivo.

É importante salientar que, os Recursos Humanos também foram fundamentais para a realização deste Projeto. Depois do lançamento do primeiro CD, eu por necessidade montei uma banda (Barraco de Aluguel) para me acompanhar nos shows de divulgação.
De lá pra cá, esta banda colaborou, e muito neste trabalho. A banda desenvolveu todos os arranjos, além de me dirigir.

CD Reggae Favela Brasil:
Este CD, dentro da minha intenção é um CD temático que fala do Brasil dentro de uma óptica. Eu quis questionar este meu país, com a intenção de melhorar o nosso bem estar social, mostrando algumas mazelas e desvios de comportamento do nosso povo.

CD faixa a faixa:
01- Buneco da América; eu quis falar sobre o domínio Norte Americano sobre os países sub-desenvolvidos e em desenvolvimento. Domínio que faz o nosso povo não valorizar como devia a nossa cultura e a nossa língua e se transformar em alguns casos, de bonecos manipuláveis e “out-dors” ambulantes de logomarcas.
A música começa com a participação dispensável do Presidente Americano George W. Bush.

02- Vô com cê; esta música retrata a necessidade de uma retomada mais humanística, de respeito ao próximo e da própria crença no ser humano, que a cada dia que passa se raleia diante de um crescimento científico e tecnológico desordenado.
O ser humano está virando peça de barganha, e se deixando ser insignificante.
Nesta faixa tem a participação especial do Fauzi Beydoun, vocalista da banda de reggae Tribo de Jah.

03- Murro na ponta de faca; dentro da filosofia Reggae Favela, eu tento passar parte de minha própria experiência de vida. É um conselho.

04- Frutas e legumes nacionais; é uma vinheta que retrata uma realidade nas periferias e mostra parte da nossa ignorância.

05- Quanto vale?; a intenção é discutir a venda da nossa personalidade. Que preço ela merece, porque o mercado está aberto; há ofertas e procuras. Tem indivíduo que se vende por qualquer mixaria. Eu pergunto quanto você vale? Você vai se vender?

06- Songamonga; retrata uma certa descrença com a classe política brasileira; mostra parte do circo armado nas campanhas eleitorais.
Nesta faixa tem a participação dispensável do Deputado Federal Fernando Collor de Melo.

07- Ora pro nóbis; é um momento de prece em função de tanta desigualdade social e violência que tomou conta do nosso país.

08- Brasil/Favela; vinheta que eu apenas direciono uma pergunta. É reflexivo.

09- Olha lá...; é uma chamada de atenção para sérios problemas administrativos brasileiro, que gera fome, impunidade e violência.

10- Zumbi; diferente do que parece ser, eu tento retratar a vida no meu quintal que tem o meu cão chamado Zumbi como grande líder diante dos outros animais; Juca Correia (gato), Pirata (cão) e Jaburu (cão).

11- Trabalhador autônomo; com letra simples eu tento valorizar e homenagear os trabalhadores que estão na informalidade e fora das estatísticas.

12- Vila Nova Brasília; vinheta, foi composta para retratar o fim de uma favela.

13- Vila Nova Brasília; esta música é simplesmente o meu antigo endereço na extinta favela Vila Nova Brasília.

14- Cadê?; eu intencionalmente fecho o CD de uma maneira lúdica, onde eu questiono a posição do povo dentro do Brasil e a posição do Brasil dentro do mundo.
Nesta faixa tem a participação especial do senegalês Mamour Ba e da sua banda Conexão Tribal.

A ficha técnica do CD Reggae Favela Brasil complementa algumas informações.


Por Celso Moretti/Março de 2007





PARTICIPAÇÕES
Gravação do Álbum CD "Reggae Favela" -1997/8
Gravação do Álbum CD "Reggae Favela Periferia" -2002
Gravação do Álbum CD “Reggae Favela Brasil” – 2005/6
Gravação do Álbum CD “Cabeça/Coração” - 2006
Participação como compositor/cantor no CD Coletânea "Simplesmente Nós" (músicos do Barreiro) -2000
Participação como cantor compositor no CD Coletânea "Pratas" (músicos de Betim) -2001
Participação como cantor compositor no CD da banda Lua Nova -1998
Participação como cantor no CD da banda Agbara - BH -2004
Participação como cantor no CD Coletânea do poeta Paulinho Andrade (em masterização) – BH - 2005
Participação como cantor compositor no CD Coletânea “Circuito Reggae”- SP - 2004
Participação como cantor no CD do Pereira da Viola - BH - 2007
Participação como cantor no CD do “Hugo Guedes“- Betim - 2006
Participação como compositor no CD do “Lobbo” - Betim – 2005
Participação como cantor e compositor no CD-Coletânea do AABB - 2005
Participação como cantor no CD da “Liz” - Betim – 2006
Participação como cantor no CD do Pil Regional– Betim - 2007
Direção musical no CD "Correria" de Rap do Mano Fat -2004
Direção musical no CD "Raça DMCs" de Rap -2004
Produção musical do CD “Valores do Brasil” coletânea com 16 grupos de rap de Betim/MG - 2005
Compositor da Trilha Sonora da peça teatral “Jogos na Hora da Sesta” encenada pela Questão Z Cia. Cênica - 2004
Compositor da Trilha Sonora do Curta Metragem “Que Coso” de Bete Martins – MG - 2005
Compositor da Trilha Sonora Original da peça teatral “Singular” encenada pela Questão Z Cia. Cênica – 2006
Compositor da Trilha Sonora Original da peça teatral “Um Marinheiro” encenada pela Questão Z Cia. Cênica -2007

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TROFÉU REGGAE FAVELA
Celso Moretti criou o Troféu Reggae Favela para homenagear as iniciativas voluntárias da periferia de Betim (cidade em que mora).
Celso Moretti montou uma comissão para selecionar os homenageados.
O Troféu Reggae Favela é uma estatueta construída em argila pelo artista plástico Sergio Miguel (seu parceiro).
Em 29 de Abril de 2004, Celso Moretti homenageou 11 (onze) iniciativas de destaque referente ao ano de 2003, com um coquetel na Casa de Cultura em Betim/MG, que teve superlotação.
Em 28 de Abril de 2005, Celso Moretti homenageou 10 (dez) iniciativas de destaque referente ao ano de 2004, com um coquetel na Casa de Cultura em Betim/MG, que também teve superlotação e com ampla cobertura da imprensa, sendo inclusive, transmitido ao vivo pela TV local (TV Betim, canal 53).
Para o próximo ano, Celso Moretti promete que o Troféu Reggae Favela terá ampliação em sua abrangência; passando a alcançar a Região Metropolitana de Belo Horizonte.


PROGRAMA ONDA REGGAE
Está sendo gravado no Stúdio Aud Track em Betim/MG, o Programa de rádio “ONDA REGGAE”, idealizado e apresentado por Celso Moretti e que será transmitido simultaneamente em seis emissoras, formando uma cadeia de rádios comunitárias.


PROJETO “PAPO COM PÉ E CABEÇA”
Este Projeto consiste de um encontro/reunião com Celso Moretti. Este encontro é provocado através de qualquer pessoa que queira conhecer ainda mais o trabalho de Celso Moretti, basta agendar com o músico e convidar aproximadamente 20 pessoas e pronto. Celso Moretti se apresenta com seu violão totalmente desplugado e responderá as perguntas e questionamentos das pessoas presentes. É um bate papo franco e musical que tem duração de 70 minutos.
NOTA: O Projeto “Papo com pé e cabeça”, foi adaptado em oficina para atender exigências do macro Projeto “Conexão Telemig Celular” que foi realizado em três cidades importantes do estado de Minas Gerais; São João Del Rei, Montes Claros e Uberlândia. Esta adaptação/Oficina consistiu em passar experiências alcançadas nos 25 anos de carreira e nos 53 anos de idade. As oficinas foram ministradas para pessoas militantes da área cultural maiores de 25 anos.



HISTÓRICO
-Co-Fundador da Associação dos Músicos de Betim / MG – 1989
-Fundador do Movimento de Cultura Alternativa Carne Pra Bife – Betim / MG – 1994
-Membro do Conselho Municipal Curador de Cultura do município de Betim de 1998 a 2001



A minha música e toda a minha obra é calçada em princípios não globalizados que corre em sentido contrário ao que a mídia em geral padroniza como excelência. Acredito sempre em outras vias de comunicação e exposição de uma obra à aquela que é normalizada. Minha música nasceu assim. Outras músicas também, outros artistas também (grandes artistas por sinal) que não têm acessos as grandes mídias e no entanto desenvolvem seus trabalhos com qualidade não duvidosa.
Os caminhos alternativos só são valorizados por pessoas ou entidades que são sensíveis as manifestações artísticas verdadeiras e honestas. Celso Moretti/2007

sábado, 15 de dezembro de 2007

EU QUERIA SER O MELHOR
Episódio da música Cantiga

Não me lembro exatamente o ano, só sei que era na década de 80, quando eu estava ensaiando um Show que se chamava “Anel Rodoviário”, este show era composto de 16 músicas de própria autoria. Nesta época estava eu otimista com o resultado desse show quando paralelamente eu estava prestes a participar de um Festival de Música Popular Brasileira promovido por uma multinacional. Já tinha participado desse festival nas edições anteriores e nos dois últimos tinha chegado à fase final e eu na época tinha o propósito de chegar a melhor colocação no festival, ou seja, ganhar o festival. Preparei uma música para ganhar este festival. Quando chegou à época da inscrição para o festival sentia que a música não tinha ainda ficado do jeito que queria, por esse motivo não me inscrevi, deixei para me inscrever no próximo porque aí teria certeza que a música ficaria pronta e eu ganharia o festival. Passou-se mais um ano, gravei a música em uma fitinha cassete e me inscrevi para o festival com a música “Cantiga”.
A música foi classificada na fase eliminatória, contratei dois músicos; um violonista e um cantor para interpretar a música, porque o meu objetivo era alcançar o primeiro lugar. Acompanhava os ensaios da dupla, dava opinião nos arranjos, discordava de algumas coisas, até chegarmos ao consenso de que a música seria apresentada daquele jeito.
Preparei-me para a grande noite da apresentação da música no festival, vesti minha melhor roupa, e usei minha boina preta que era meu amuleto e fui para o auditório do Colégio Santo Agostinho no centro de Belo Horizonte para acompanhar a apresentação.
Minha música era a décima terceira a ser apresentada, sentei na última fila de cadeiras em uma posição estratégica.
Chegou o momento, e o locutor apresentou:
“A décima terceira música desta noite é Cantiga do compositor Celso Moretti, vamos chamar ao palco seus intérpretes”.
Claro, por educação todos aplaudiram. Os chamados ao palco não se apresentaram, fiquei apreensivo. O locutor voltou a chamar “Vamos chamar ao palco os intérpretes da música Cantiga” e nada dos caras subirem ao palco, fiquei tonto, surpreso, não sabia o que fazia, naquele momento passou um filme inteiro na minha cabeça.
O locutor deu um tempo de dois minutos, caso ninguém se manifestasse à música estaria desclassificada. Não pensei em mais nada fui correndo para o camarim, chegando lá percebi que os dois que havia contratado não estavam presentes. Peguei um violão emprestado e subi ao palco.
Para mim não tinha muito problema em interpretá-la, porque essa música fazia parte do repertório do show “Anel Rodoviário” que estava ensaiando.
Fiz a introdução da música, percebi no momento que foi bem aceita, comecei a cantar, e cantei a primeira parte da música, involuntariamente o público aplaudiu, pensei “na hora do refrão, vou matar a pau”. Cantei o refrão e ninguém se manifestou, repeti o refrão e mais menos cinco pessoas cantaram comigo, pensei; “se repetir de novo mais pessoas vão cantar comigo”, e assim aconteceu, mais umas cinco pessoas cantaram.
Não fiquei contente porque durante a composição da música imaginava que na hora do refrão todas as pessoas presentes cantariam o refrão, devido sua simplicidade e o apelo harmônico que era fácil de ser digerido, e fui repetindo o refrão para tentar de alguma forma seduzir as pessoas e o corpo de jurados. Não deu outra, iniciaram as vaias. Meu corpo tremeu, não tinha em nenhum momento imaginado isso. Fiquei nesse momento sem saber o que fazia, se terminava a música naquele instante ou se continuava até as pessoas se convencerem que o refrão é muito bom, optei pela segunda opção e continuei a cantar o refrão.
Resultado melancólico, todas as pessoas (exceto o locutor e os jurados) presentes no auditório do Colégio Santo Agostinho me vaiaram sonoramente.
Voltei pra casa cabisbaixo e vi desmoronar naquele instante toda uma carreira musical que havia desenhado. Fiquei umas duas semanas sem sair de casa, não ia trabalhar, cancelei todos os ensaios do show que estava preparando, e nem queria conversar com ninguém, até que o tempo cuidou disso pra mim.
Este episódio me ensinou várias coisas, aprendi várias lições, e continua me ensinando até hoje.
- Não subestimar o público.
- Não tentar de maneira alguma tentar enfiar na cabeça das pessoas, que aquilo que você faz é muito bom. Deixar essas conclusões para as pessoas.
- A vaia existe, é só procurar que a gente a encontra.

Ah! ...e o violonista e o cantor?
Ligaram-me uma semana depois para certificar que dia mesmo ia ser o festival.
HELENA MEIRELES

Era dia 29 de Setembro de 2005. Morrera naquela madrugada de pneumonia crônica Helena Meireles, musicista mato-grossense, autodidata que tocava vários instrumentos, dentre eles; rabeca, violão, viola de seis cordas, bandolim, viola de oito cordas e viola de doze cordas. Helena Meireles foi considerada no alto dos seus setenta anos de idade por críticos da revista Guitar Player como uma das cem figuras de destaque do mundo da música. É bom lembrar que nesta relação de cem músicos constam nomes importantes como; Eric Clapton, Jimi Hendrix, B.B. King e outros monstros sagrados. É também importante salientar que nesta relação de cem nomes é o único nome brasileiro, deixando de lado nomes importantes do nosso mundo musical.
Helena Meireles não foi reconhecida no nosso Brasil com o tal, quem sabe agora (pós mortis) esse reconhecimento chegue, porque é uma prática comum por essas bandas de mundo. Aqui se poda crescimento desordenado na área artística, coisa que não deveria acontecer, pois os brasileiros merecem conhecer seu povo e seus artistas. Aqui é permitido o crescimento ordenado, ou seja, ordenado pela mídia; ditado e imposto o determinado sucesso de determinado indivíduo que atende as propostas comerciais desejadas por determinado grupo financeiro. Pena é que a qualidade artística sempre é questionada. Helena Meireles vai ficar na história para os amigos dela, para os "caras" que garimpam coisas importantes e necessárias, mas não vai ficar na história da música brasileira. “Foi-se, foi-se tarde, deveria ter ido há muito tempo, talvez bem antes da revista Guitar Player a ter descoberta, assim não nos perturbaria no nosso comércio musical, assim não ofuscaria os nomes que vendemos e que tentemos colocar na cabeça do povo brasileiro como verdade absoluta de uma boa música. Foi-se tarde Helena Meireles”. Texto aspado oriundo dos pensamentos dos que se dizem donos do mercado brasileiro de música, frutos da minha imaginação.
Mas aconteceu.
No sacolão do bairro Bandeirinhas/Betim/MG um diálogo do dono do sacolão com um freguês:
_ Você viu quem morreu ontem?
_ Quem?
_ Cecília Meireles.
- Cecília Meireles? Vi na televisão.
_ Você a conhecia?
_ Não, só ouvi falar.
_ Dizem que ela era uma boa cantora. É verdade que Cecília Meireles era uma boa cantora?
_ Sim. Dizem que ela cantava muito bem.

Este diálogo é uma cena que gostaria que não acontecesse aqui no Brasil.


Por Celso Moretti
(músico)
RESUMO HISTÓRICO DO REGGAE


Tudo começou nos anos 50 e 60 quando o Ska seguia seu próprio caminho inclusive gerando a primeira banda superstar da Jamaica “The Skatalites”. O Ska surgiu da seguinte forma: houve uma junção do Calipso com o Rhytim Blues americano. No início da década de 60 com a influência do Soul music e a ascendência do instrumental eletrônico, baixo e guitarra juntamente com uma nova realidade social e política (Independência da Jamaica em 1962). Começou assim o êxodo rural e o crescimento das favelas urbanas.
Devido a estes fatores houve uma inevitável tensão de desigualdade social, seguiram de caldeirão para a transformação do Ska em Rock Steady e a música da Jamaica tornou-se mais lenta e mais melódica. No fim dos anos 60, com a nova geração de músicos tentando novos jeitos de tocar ao “Rock Steady” com a visão atenta aos “Cânticos Rastafaris”, que puxavam pelo “Lado Africano” enfatizando a repetição rítmica e assumidamente ligava o movimento com a pressão social em alta voltagem. Nasce assim o movimento REGGAE, colocando em primeiro plano o baixo e a bateria deixando os outros instrumentos como acompanhamento secundário.
Inicialmente grafado “REGGAY” seu nome bastante discutido, Bob Marley achava que o seu significado queria dizer “Música dos Reis”, mas os músicos mais velhos se lembram do nome, era uma gíria muito comum em Kingston (capital da Jamaica) e queria dizer “coisa de rua, sem importância ou íntima”. Como nessa época “Rastafarianismo” ganhava corpo na nova sociedade urbana, foi quase natural que o movimento REGGAE se tornasse uma MANIFESTAÇÃO PÚBLICA E CULTURAL !!!!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

RECORTES DE JORNAIS

Periodicamente me debruço diante de fotografias, recortes de jornais, cartazes, filipetas de shows, e às vezes me indago; este é eu mesmo? Por que faço isso? Não deveria estar fazendo ferreamente outras coisas? Tipo: estudando em uma Universidade, fazendo História ou Economia ou qualquer coisa parecida, para elevar a média de estudo do povo brasileiro ou ter mais credibilidade diante dos amigos?
As respostas vêm na próxima fotografia que encaro, e percebo nos meus traços, nas minhas rugas a expressão da verdade que me diz que aquele sou eu.
Não consigo me dizer não, quando leio o que o jornalista (que cursou uma faculdade) escreveu tempos atrás, sobre a minha trajetória musical, buscando naquela época manter ou garantir o seu emprego, formatando matérias e classificando-as como “importantes”, aí também me sinto importante.
O meu pai dizia “Quem fala a verdade não merece castigo”, cresci ouvindo frases desse gênero e hoje percebo que estes recortes de jornais, filipetas e fotografias de shows são retratos de uma verdade que cresce a cada dia e a cada ano. Se fossem mentiras decrescia o número de recortes de jornais e acredito que seria castigado.
Este sou eu mesmo.
Faço isso porque das coisas que tive oportunidade de conviver, é a música que me oferece condição real de entrega total, de doação, de me apresentar por inteiro para um desconhecido sem desconfiança e preconceito e de exercitar o auto-conhecimento.
Com certeza esta é a minha universidade. Apresentar para as pessoas me oferecendo: Esta música sou eu, sirvo pra você em alguma coisa positiva?
Se a resposta de uma em um milhão, for sim, fico feliz e aí existo.

Celso Moretti
Fevereiro/2004

CELSO MORETTI

A MÚSICA PARA MIM

MPB – Música Popular Brasileira

Existe uma expressão bastante conhecida usada para manifestar uma ação super interessante ou mesmo um produto além do convencional destinada a restrito acesso, que é; “Isso é pra poucos”, também existe uma outra que diz quase com a mesma intenção “É só pra Diretoria”. Estas expressões caem bem com o meu propósito de fazer e produzir um trabalho musical, porque não penso em fazer música de massa para agradar cento e noventa milhões de brasileiros e sim que meu trabalho seja conhecido por uma minoria que sabe assimilar minhas intenções.
Temos que levar em consideração que para conquistar milhões de brasileiros não é preciso fazer uma obra perfeita tecnicamente e artística, mesmo porque o povo brasileiro não assimila bem o caráter artístico. A culpa, no entanto, não é de todo o povo e sim do acesso negado e muito mais, o trabalho artístico é colocado de forma pejorativa e isso o povo não entende.
Hoje temos um quarto poder que é o da imprensa e embutido neste quarto poder está a mídia que é carregada de bem-me-quer e mal-me-quer (capitalismo urbano, selvagem não, selvagem é carregado de pureza e inocência) e isto colabora para que determinada “obra” seja inserida no peito e na marra para os brasileiros.
A música que faço não é MPB - Música Popular Brasileira, o conceito que tenho da MPB é de realmente música popular que rodam nas rádios deste meu Brasil. O que é popular? Popular é tudo aquilo que enche a cabeça, o gosto, os lazeres, as esperanças do povo, que está sendo inocentemente usado para atender os bem-me-queres da mídia. Eu não sou povo, eu sou eu. Não faço música para o povo, faço para poucos, por isso nunca vou ser um cara que faz música para me tornar popular, porque não tenho a vaidade de que minha música rode nas principais rádios do nosso Brasil e nem mesmo aceitaria propostas indecentes para ser inserido nos hit parede’s sem merecimento técnico e artístico. Quando morrer não gostaria que meu corpo fosse desfilar em carros de Corpo de Bombeiros pelas principais avenidas das cidades. O sucesso ou reconhecimento que pretendia já conquistei. Minha música já circulou em mais de duzentos ouvidos, o que vier daqui pra frente é mais uma abénção de Deus.
A música que faço é para poucos, é para a Diretoria.
Posso estar redondamente enganado no que penso como satisfatório e ameno, devido a minha santa ignorância. Eu digo “santa ignorância” porque a ignorância é santa, e o que é santa é abençoado. O que escrevo e o que eu canto é o que eu penso, e não pretendo estar redondamente certo e incontestável, se isso acontecer serei popularesco demais para o meu gosto. Enquanto isso ligue o rádio agora e ouvirás mais um “sucesso” que é colocado como parâmetro de uma boa música produzida no Brasil, a verdadeira MPB.
A música que faço é para poucos, é para a Diretoria.
Celso Moretti/2006